(…) Todos nós somos cidadãos do Mundo, e é
de interesse geral o que aconteceu em Paris durante a noite passada.
Se o que aconteceu em Paris, acontece-se no
Médio Oriente, a notícia apenas passava em rodapé com pouco interesse, mas como
foi na Europa, isso já alertou todo o mundo. As vidas de homens, mulheres e
crianças que morrem todos os dias no Médio Oriente devido a ataques terroristas
por parte do Estado Islâmico, e outras entidades são menos humanas, e menos
importantes do que as 130 que morreram ontem em França? Representam menos para
a sociedade?
Estes actos impiedosos e ser uma única ponta
de humanidade e misericórdia, vão sendo cada vez mais comuns na nossa
sociedade, se é que ainda se pode chamar de sociedade, porque nem se quer os
animais se comportam desta maneira. A nossa sociedade está a degradar-se aos
poucos, assim como os nossos deveres cívicos, está a apodrecer. Os lobos só
matam quando têm fome e precisam de saciar as suas necessidades, o mesmo
acontece com os leões, ursos, leopardos, etc. Mas nós, humanos, estaremos já
saciados com toda a mortandade que causamos ao longo dos nossos séculos da
existência? Estaremos já satisfeitos com as guerras que causamos, muitas sem
propósito algum? Com o sangue todos os dias derramado? A mim, parece-me que a
resposta é simples: Não, não estamos satisfeitos com toda a morte causada.
Primeira Guerra Mundial, quatro anos, resultado vinte milhões de mortos.
Segunda Guerra Mundial, seis anos, resultado setenta e três milhões de mortos.
Resolveram-se os problemas? Sim? Não? Com que custo? Justificações, existem?
Retomando o assunto principal, questiono-me: Que culpa tinham as pessoas, que
foram mortas, do que está a acontecer no mundo no resto do mundo? (…)
Como podem ver há aqui inúmeras perguntas
que precisam de respostas urgentes, mas o que fazemos nós? Assistimos às
notícias, de braços cruzados, impávidos e serenos, à espera que as notícias
cheguem até nós. (…)
Mas qual seria a nossa reacção, se o que
aconteceu ontem em Paris, acontece-se em Lisboa, ou no Porto, ou até bem perto
de nós em Vila Real, quem sabe num Hospital ou numa Escola como a nossa? Estão
chocados? A realidade, assim como a verdade é dura de ouvir. (…)
A liberdade de acção é nossa, mas não nos
cabe a nós decidir a forma como somos julgados, ou de julgar os outros.
É a altura para sensibilizar todos para a
gravidade da situação, desta guerra não definida, desta guerra fútil, desta
guerra de aparências, desta guerra sem fronteiras, desta guerra sem propósito
algum, desta guerra sem justificação, desta guerra covarde. (…)
Pensem no que está a acontecer em nosso
redor, sensibilizem os outros, e não ficaremos apenas a assistir de braços
cruzados, façamos alguma coisa.
Deus nos abençoe a todos.
Bárbara & Júlio
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